OEA

Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)

RESOLU��ES DO GRUPO MERCADO COMUM

MERCOSUL/GMC/RES N� 70/98 - Estandar MERCOSUL de Terminologia de Sementes


ESTANDAR MERCOSUL DE TERMINOLOGIA DE SEMENTES

 

TENDO EM VISTA:

O Tratado de Assun��o, o Protocolo de Ouro Preto, a Decis�o N� 6/96 do Conselho do Mercado Comum, e a Recomenda��o N� 20/98 do SGT N� 8 "Agricultura".

CONSIDERANDO:

Que para aos fins de facilitar o com�rcio de sementes entre os Estados Parte do MERCOSUL, � necess�rio estabelecer um Estandar MERCOSUL de Terminologias de Sementes.

O GRUPO MERCADO COMUM RESOLVE:

Art. 1 - Aprovar o "Estandar MERCOSUL de Terminologias de Sementes", em suas vers�es em espanhol e portugu�s, que consta no Anexo e faz parte da presente Resolu��o.

Art. 2 - Os Estados Parte colocar�o em vig�ncia as disposi��es legislativas, regulamentares e administrativas necess�rias para dar cumprimento a presente Resolu��o atrav�s dos seguintes organismos:

ARGENTINA:

  • Secretaria de Agricultura, Ganader�a, Pesca y Alimentaci�n - SAGPyA
  • Instituto Nacional de Semillas - INASE
  • Servicio Nacional de Sanidad y Calidad Agroalimentaria - SENASA

BRASIL:

  • Minist�rio da Agricultura e do Abastecimento - MA
  • Secretaria de Defesa Agropecu�ria - SDA
  • Secretaria de Desenvolvimento Rural - SDR

PARAGUAI:

  • Ministerio de Agricultura y Ganader�a - MAG
  • Direcci�n de Defensa Vegetal - DDV
  • Direcci�n de Semillas - DS

URUGUAI:

  • Ministerio de Ganader�a, Agricultura y Pesca - MGAP
  • Direcci�n General de Servicios Agr�colas - DGSA
  • Instituto Nacional de Semillas - INASE

Art. 3 - Os Estados Partes do MERCOSUL dever�o incorporar a presente Resolu��o a seus ordenamentos jur�dicos internos at� 12 de mar�o de 1999.

 

ANEXO

ESTANDAR MERCOSUL DE TERMINOLOGIA DE SEMENTES

INTRODU��O

1) �MBITO

Este standard de terminologia de sementes se aplica no �mbito do Mercosul nas suas etapas de obten��o, produ��o, certifica��o e comercializa��o de sementes.

2) REFER�NCIA

  • International Seed Testing Association - ISTA
  • Lei de Prote��o de Cultivares N� 9.456/97. Decreto N� 2.366/97 (BRASIL)
  • Lei de Sementes n� 6507/77. Decreto Lei 81.771/78 - Brasil
  • COSAVE (Atas)
  • Lei de Sementes e Cria��es Fitogen�ticas n� 20.247 de 1973. Argentina.
  • Decreto Regulamentar n� 2183/91 de 21 de outubro de 1991. Argentina.
  • Uni�o Internacional para a Prote��o de Obten��es Vegetais (UPOV) Ata 1978, Ata 1991.
  • Conven��o de Diversidade Biol�gica
  • Lei de Sementes e Prote��o de Cultivares. 385/94 - Paraguai
  • Lei de Sementes N� 16.811 - Uruguai

3) DESCRI��O

O presente standard harmoniza os termos utilizados na obten��o, produ��o, certifica��o, prote��o, comercializa��o e qualidade de sementes entre os pa�ses de Mercosul.

4) DEFINI��ES E ABREVIATURAS

ALOGAMIA: Fen�meno que tem efeito quando o p�lem, procedente de outra flor, chega ao estigma.

AMOSTRA: Por��o representativa de um lote de sementes, obtida por um m�todo prescrito, suficientemente homog�nea e corretamente identificada.

AN�LISES DE RISCO DE PRAGAS: Processo de avalia��o de trabalhos biol�gicos, cient�ficos e econ�micos para determinar se uma praga dever� ser regulamentada e a intensidade de quaisquer medidas fitossanit�rias que tem de adotar-se para combat�-la.

AN�LISES DE SEMENTES: Conjunto de t�cnicas utilizadas em laborat�rio para determinar a qualidade de uma amostra de sementes.

�REA: Um pa�s, parte de um pa�s, ou parte de v�rios pa�ses definidos, oficialmente.

ARMAZENAMENTO: Processo de conserva��o de sementes em condi��es adequadas que n�o modifiquem suas caracter�sticas e/ou qualidades.

ASPECTOS F�SICOS: Conjunto de atributos f�sicos que afetam diretamente a produtividade dos cultivos.

ASPECTOS FISIOL�GICOS: Conjunto de atributos fisiol�gicos que afetam diretamente a produtividade dos cultivos.

ATRIBUTOS: Caracter�sticas e condi��es de um produto que somados definem a qualidade do mesmo.

AUDITORIA: Verifica��o e controle das entidades e pessoas credenciadas para a execu��o de determinadas normas e tarefas.

AUTOGAMIA: Fen�meno que consiste na poliniza��o de uma flor por meio de seu pr�prio p�len.

BENEFICIAMENTO: Toda opera��o que atrav�s de meios f�sicos, qu�micos ou mec�nicos, conduzem ao melhoramento da qualidade de um lote de sementes.

BIOTECNOLOGIA: Toda aplica��o tecnol�gica que utiliza sistemas biol�gicos e organismos vivos ou seus derivados, para a cria��o ou modifica��o de produtos ou processos para usos espec�ficos.

BLOCO/LOTE/CAMPO DE PRODU��O: Conjunto de plantas originadas por multiplica��o de Material Inicial e mantidas em condi��es fitossanit�rias e de isolamento tais que permitam garantir as condi��es fitossanit�rias e a identidade gen�tica.

BULBOS E TUB�RCULOS: �rg�os vegetais subterr�neos latentes, destinados ao plantio.

CATEGORIA: Classifica��o dentro de uma classe de semente tendo em vista a origem a qualidade e o n�mero de gera��es, quando corresponda.

CLASSE: Agrupamento de categorias de sementes dentro de um sistema de produ��o propriamente definido.

CERTIFICA��O: Processo t�cnico de supervis�o e verifica��o, realizado pela entidade certificadora, destinado a certificar a conformidade com os estandares estabelecidos.

CERTIFICA��O FITOSSANIT�RIA: Uso de procedimentos fitossanit�rios que conduzem � emiss�o de um certificado fitossanit�rio.

CERTIFICADO FITOSSANIT�RIO: Certificado confeccionado segundo os modelos da CIPF - Conven��o Internacional de Prote��o fitossanit�ria.

CLONE: Conjunto de indiv�duos procedentes de outro, originado por algum dos procedimentos de multiplica��o assexual ou ag�mica sem redu��o cromoss�mica.

COMERCIANTE: Pessoa f�sica ou jur�dica, de direito p�blico ou privado, que exerce o com�rcio de sementes.

CONDI��O FITOSSANIT�RIA: N�vel em que as pragas regulamentadas se apresentam em um indiv�duo ou conjunto de indiv�duos ou condi��es sob as quais foram produzidas..

CREDENCIAMENTO: � o reconhecimento de que uma entidade ou pessoa, mediante um processo de qualifica��o, encontra-se apta para cumprir com determinadas normas e tarefas, desde que devidamente autorizada, orientada e auditada.

CRIA��O FITOGEN�TICA: Toda variedade/cultivar, qualquer que seja sua natureza gen�tica, obtida por cria��o, descobrimento e aplica��o de conhecimento cient�fico de melhoramento de plantas.

CULTIVAR/VARIEDADE: Conjunto de plantas cultivadas que se distinguem claramente por alguns caracteres morfol�gicos, fisiol�gicos ou citol�gicos de outras e que, quando se reproduzem sexual ou assexuadamente, mant�m seus caracteres distintos.

CULTIVAR/VARIEDADE ESSENCIALMENTE DERIVADA: Considera-se que uma cultivar/variedade � essencialmente derivada de outra cultivar/variedade denominada posteriormente cultivar/variedade inicial se, deriva-se principalmente de uma cultivar/variedade inicial e conserva ao mesmo tempo as express�es dos caracteres essenciais que resultam dos gen�tipos ou da combina��o de gen�tipos da cultivar/variedade inicial; se distingue claramente da cultivar/variedade inicial a n�o ser pelo que representa as diferen�as resultantes da deriva��o, concorda com a cultivar/variedade inicial na express�o dos caracteres essenciais resultantes do gen�tipo ou da combina��o de seus gen�tipos.

DESCOBRIMENTO: Entende-se por tal a aplica��o do intelecto humano a toda atividade que tenha por finalidade dar a conhecer caracter�sticas ou propriedades da nova cultivar/variedade ou de uma essencialmente derivada, contanto que esta cumpra com os requerimentos de novidade, distinguibilidade, homogeneidade e estabilidade.

DIFERENCIABILIDADE OU DISTINGUIBILIDADE: Condi��o pela qual uma cultivar/variedade pode distinguir-se claramente por meio de uma ou mais caracter�sticas, de qualquer outra, e que seja vi�vel de ser descrita e reconhecida com precis�o.

DIREITOS DO OBTENTOR/CRIADOR: Faculdade concedida ao obtentor/criador sobre seu material protegido de limitar/condicionar seu uso � autoriza��o pr�via.

ENTIDADE CERTIFICADORA: Respons�vel de conduzir um processo de certifica��o.

ESP�CIE: Unidade sistem�tica das classifica��es por categorias taxon�micas. Hierarquia compreendida entre o g�nero ou subg�nero e a variedade/cultivar ou subesp�cie.

ESTABILIDADE: Condi��o de uma cultivar/variedade manter est�veis seus caracteres essenciais heredit�rios mais relevantes, conforme a sua defini��o, ap�s reprodu��es ou multiplica��es sucessivas ou, quando o obtentor tenha definido um ciclo particular de reprodu��es ou multiplica��es, ao final de cada ciclo.

ESTANDAR: Documento estabelecido por consenso e aprovado por uma organiza��o reconhecida, que estabelece para uso comum e repetido, regras, procedimentos ou caracter�sticas para as atividades ou seus resultados, com o prop�sito de alcan�ar um grau �timo de ordem no contexto.

G�NERO: Unidade sistem�tica das classifica��es por categorias taxon�micas. Hierarquia compreendida entre fam�lia ou subfam�lia e uma esp�cie ou subg�nero.

H�BRIDO: Resultado de um ou mais cruzamentos realizados em condi��es controladas entre progenitores de constitui��o gen�tica distinta e est�vel e de pureza varietal definida.

HOMOGENEIDADE: Condi��o de uma cultivar/variedade de ser suficientemente uniforme em seus caracteres essenciais, levando em conta as varia��es previs�veis, segundo sua forma de multiplica��o ou propaga��o.

IDENTIDADE GEN�TICA: Conjunto de caracteres genot�picos e fenot�picos de uma cultivar/variedade, que a diferenciam de outras.

INSPE��O: Exame para determinar o cumprimento do estabelecido em um estandar.

ISOLAMENTO: Separa��o m�nima em tempo, espa�o e/ou f�sica, que deve existir entre os blocos/lotes/campos de produ��o ou com qualquer outro bloco/lote/campo/planta que possam afetar a pureza varietal e/ou a condi��o fitossanit�ria dos materiais.

�TEM REGULAMENTADO: Qualquer planta, produto vegetal, lugar de armazenamento, lugar de embalagem, meio de transporte, embalagem, solo e qualquer outro organismo, objeto ou material capaz de guardar ou disseminar pragas, que se considere que deve estar sujeito a medidas fitossanit�rias, especialmente quando se envolve o transporte internacional.

LACRAR: Ato de fechar a embalagem ou embalagens individuais de sementes de tal forma que n�o possa ser aberto e fechado novamente sem destruir o lacre ou deixando evid�ncias de viola��o.

LOTE DE SEMENTES: Uma quantidade espec�fica de sementes, que cont�m componentes homog�neos e que est� devidamente identificada.

MATERIAL CERTIFICADO: Material vegetal produzido dentro de um Sistema de Produ��o de Material Certificado e que cumpre com os requisitos estabelecidos em um Estandar.

MATERIAL DE PROPAGA��O: Todo o �rg�o vegetal e suas partes que se destinam a multiplica��o assexuada dos vegetais.

MATERIAL INICIAL: Estrutura vegetal de origem conhecida e que tenha cumprido com as condi��es de qualidade estabelecidas como base para o in�cio de um sistema de produ��o de sementes.

MEDIDA FITOSSANIT�RIA: Qualquer legisla��o, regulamento ou procedimento oficial que tenha o prop�sito de proteger quanto a introdu��o e dissemina��o de pragas.

NOVIDADE: Requisito de que uma cultivar/variedade n�o tenha sido oferecida � venda ou comercializada pelo obtentor ou com seu consentimento.

OBTENTOR OU CRIADOR: Pessoa que tenha criado ou descoberto e desenvolvido uma cultivar/variedade.

ORIGEM GEN�TICA: Conjunto de informa��es que identifica os progenitores e/ou espec�fica o processo utilizado para obten��o de uma cultivar/variedade.

PL�NTULA: Organismo vegetal superior com suas estruturas essenciais em desenvolvimento.

P�S CONTROLE: Ensaios realizados para ser observados e avaliados logo ap�s colhido o cultivo, com a finalidade de verificar se sua qualidade corresponde com a categoria do lote

PRAGA: Qualquer esp�cie, ra�a ou bi�tipo vegetal ou animal ou agente patog�nico nocivo para as plantas ou produtos vegetais.

PRAGA N�O QUARENTEN�RIAS REGULAMENTADA: Praga n�o quarenten�ria, cuja presen�a nas plantas para planta��o influi no uso proposto para essas plantas com repercuss�es economicamente inaceit�veis e que, portanto, est� regulamentada no territ�rio da parte contratante importadora.

PRAGA QUARENTEN�RIA: Praga de import�ncia econ�mica potencial para a �rea em perigo quando a praga ainda n�o existe, ou se existe, n�o est� disseminada e se encontra sob controle oficial.

PRAGA REGULAMENTADA: Praga quarenten�ria ou n�o quarenten�ria regulamentada.

PR� CONTROLE: Ensaios realizados para ser observados e avaliados simultaneamente ao desenvolvimento do cultivo originado do lote amostrado, com a finalidade de verificar se sua qualidade corresponde com a categoria definida para o lote

PRODU��O: Processo de multiplica��o ou propaga��o de sementes segundo procedimentos e normas t�cnicas estabelecidas.

PROGRAMA DE SANEAMENTO: Conjunto de atividades que conduzem � elimina��o de pragas transmiss�veis nos materiais de propaga��o, e � confirma��o dos resultados, em fun��o dos padr�es correspondentes.

PROPRIEDADE INTELECTUAL: Integra-se com todos aqueles direitos de car�ter exclusivo referentes a obten��o intelectual, seja no �mbito da tecnologia (patentes, modelos de utilidades, direitos de obtentores vegetais, etc.) os sinais distintos (marca, denomina��es de origem) ou das express�es art�sticas e culturais (obras liter�rias, musicais, etc.).

PUREZA VARIETAL: Grau ou n�vel no qual um conjunto de plantas se ajustam as caracter�sticas descritivas que definem uma cultivar.

QUALIDADE DE SEMENTES: Conjunto de atributos inerentes � semente, que permitam definir a identidade gen�tica e o estado f�sico, fisiol�gico e fitossanit�rio das mesmas.

REPRODU��O: A��o ou efeito de reproduzir ou reproduzir-se de forma sexuada ou assexuada.

REQUISITO FITOSSANIT�RIO: Exig�ncia sobre a condi��o fitossanit�ria de uma remessa, que � estabelecida pelo Pa�s importador como condi��o para o seu ingresso

RESPONS�VEL T�CNICO: Profissional ou t�cnico habilitado para assumir a responsabilidade t�cnica para a obten��o, produ��o, registro de cultivares/variedades, com�rcio, beneficiamento, embalagem e an�lise, nos casos correspondentes.

R�TULO/ETIQUETA: � todo impresso, de qualquer natureza, aderido, estampado ou afixado na embalagem ou recipiente que cont�m semente ou, individualmente, no material de propaga��o.

SEMENTE: Toda estrutura ou �rg�o vegetal utilizado na propaga��o ou multiplica��o de uma esp�cie destinada a semeadura ou plantio, tais como, semente bot�nica, frutos, bulbos, tub�rculos, gemas, estacas, flores cortadas e outras.

SEMENTEIRO: Todo estabelecimento que se dedica a multiplica��o de semente.

SEMENTE BOT�NICA: Toda estrutura vegetal obtida de uma reprodu��o sexual destinada a semeadura.

SISTEMAS DE CERTIFICA��O: Processo de certifica��o relacionado a produtos espec�ficos para o qual se aplica um mesmo estandar, regras e procedimentos.

SISTEMA DE PRODU��O: Todos aqueles sistemas organizados de produ��o de sementes que permitam garantir um produto segundo a categoria correspondente.

TECNICAMENTE JUSTIFICADO: Justificativa sobre a base de conclus�es alcan�adas mediante uma apropriada an�lise de risco de pragas ou, quando realizado outro exame e avalia��o, compar�vel da informa��o cient�fica dispon�vel.

TESTE FITOSSANIT�RIO: Comprova��o do estado fitossanit�rio, mediante t�cnicas de diagn�stico internacionalmente conhecidas e dos outros atributos de qualidade, mediante metodologias reconhecidas a n�vel internacional e/ou regional.

TRANSG�NESE: Introdu��o de gens alheios a um organismo.

TRANSG�NICO: Todo organismo obtido por recombina��o de DNA e/ou por distintas t�cnicas de transforma��o aplicando-se a chamada engenharia gen�tica.

VALOR CULTURAL: Valor resultante da multiplica��o da percentagem de pureza pela percentagem de germina��o, dividido por cem.

VARIEDADE BOT�NICA DE ESP�CIE: Tax�n [sic.] de categoria inferior � da esp�cie.

VIVEIRISTA: Pessoa f�sica ou jur�dica que se dedica a produ��o, comercializa��o e introdu��o de plantas e/ou suas partes destinadas � propaga��o.